Sei que é quase impossível dizer que me sinto só quando tenho ao meu lado meus filhos, minha família e meus amigos, mas, infelizmente, é assim que eu me sinto na maior parte do tempo principalmente a noite quando o silêncio da casa impera.
Sempre estive só e não é essa solidão física que me incomoda.
Minha solidão vem da alma, por entender que meus planos maternos e futuros são cheios e serão bons porque com o crescimento das crianças a vida vai evoluir mas, meus planos como mulher desapareceram.
E aí eu me pergunto até que ponto eu consigo separar a Melina mulher da Melina mãe?
O futuro neste momento é incerto, tento visualizar grandes projetos e mudanças acontecendo, mas, tudo ainda é muito precoce e bem difícil de ser vivido.
Complicado perceber que tudo acabou...eu imaginava comemorar muitos anos de casada, imaginava que meus filhos teriam os pais juntos assistindo todos os seus sucessos e trajetórias, imaginei férias, festas, broncas, ensinamentos e até uma velhice compartilhada.
O Enzo e a Giulia continuam tendo um pai, mas é obvio que a distância vai fazer a diferença na vida deles embora acreditar que a falta presencial no dia a dia pode ser suprida de outras maneiras e espero que ele consiga encontrar um jeito de se fazer presente, basta querer.
Neste momento preciso voltar as minhas origens, tudo aquilo que me formou como uma mulher independente, consciente, segura e feliz está sendo colocado a prova porque além de mulher, hoje eu sou mãe e não posso mais pensar só em mim.
Meus filhos dependem do meu equilíbrio e principalmente da minha capacidade de perdoar e virar a página.
A vida vai seguir o seu curso natural, daqui um tempo tudo o que estamos vivendo hoje vai ser visto como importante, vai passar, vamos sobreviver e nos reinventar.
Fica o exemplo de tantas outras mulheres que passaram por tudo isso e conseguiram criar seus filhos com sucesso, formar seres humanos que valorizam a família independente de como ela seja.
No meu caso, mamãe e filhinhos!